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23 DE MAIO, NO ESPÍRITO SANTO.

 

Nesse dia, há 482 anos, a história começa a ser escrita nesta parte do Brasil. Primeiro por portugueses, depois, também, por índios e africanos. Mais tarde chegaram, para colaborar, os italianos, alemães, árabes... Assim, juntos, construímos o Espírito Santo.

É longa, rica e heroica a história da colonização do solo espírito-santense, que principia em Vila Velha, batizada originalmente como Espírito Santo. Nossa Vila emprestou seu nome ao Estado e adotou oficialmente o apelido que lhe foi dado após a fundação de Vitória.

Entre os 60 homens que aqui chegaram com Vasco Coutinho, em 1535, o mais proeminente era D. Jorge de Menezes, fidalgo e navegador famoso. Foi ele quem descobriu a Nova-Guiné/Papua, segunda maior ilha do mundo. Herói de guerra, havia perdido a mão direita em batalha, quando foi nomeado Senhor de Ternate, ilha do arquipélago das Molucas (Indonésia), a maior produtora de cravo-da-índia no séc. XVI. O porto e a posição estratégica de Ternate fizeram dela o principal entreposto para as especiarias ditas “das Índias”. O comércio enriqueceu o seu sultão, que se tornou o mais poderoso de toda a Indonésia.

D. Jorge de Menezes, espírito prepotente e belicoso, logo criou atrito com os nativos das Molucas. Desterrou o sultão de Ternate, com toda a família, para a longínqua Goa, província portuguesa na Índia. Tendo os chefes tribais mostrado descontentamento, convidou-os para uma reunião em sua fortaleza, e todos foram mortos.

Como consequência desse ato, portugueses passaram a ser vistos com total desconfiança na Ásia. O prejuízo para a expansão do Império Português irritou profundamente D. João III. O Rei mandou prender o fidalgo que, levado à corte, foi condenado ao degredo perpétuo no Brasil.

Após 15 anos em Vila Velha, quando Vasco Coutinho foi a Portugal em busca de recursos para desenvolver a Capitania, entregou-lhe o governo. O desatino do famoso explorador guerreiro contra os índios provocou forte reação, culminando com o seu assassinato.

Esse facínora, criminoso condenado em três continentes, é homenageado aqui com nome de importante rua no centro histórico da cidade. Foi um vacilo cultural. Quando dessa homenagem, nossa cultura descuidada não conhecia os antecedentes desse homem famoso.

Vila Velha tem compromisso histórico com a Cultura: aqui principiou a colonização do solo espírito-santense. Nós somos depositários dos ícones mais relevantes da cultura capixaba; dos monumentos mais antigos, expressivos e de manifestações culturais tradicionais. Em assim sendo, é grande e intransferível a nossa responsabilidade pelo conhecimento da gênese e pela atuação no desenvolvimento da cultura capixaba.

Para conhecermos melhor a história, na conservação do patrimônio cultural, na sua valorização e difusão, atendendo a preceito constitucional (Art. 215/216), é preciso que a administração cultural do nosso município seja autônoma, desembaraçada. Reconstituir a Secretaria da Cultura, na administração do município pioneiro do Estado, eleva a autoestima do canela-verde, garante e prestigia referências significativas da identidade capixaba.

Kleber Galvêas, pintor. Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com maio, 2017

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