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Kleber Galvêas por Paulo DePaula.


 ARTE E VERSATILIDADE EM UM ATELIÊ

                                                Paulo Spurgeon DePaula

 

        Um dos recantos mais encantadores e visitados na Barra do Jucu é uma velha casa – a última primitiva da região, então, aldeia de pescadores: o Ateliê Kleber Galvèas. Passando-se pelo portão de entrada o visitante caminha por um pequeno passeio entre árvores e flores, que o ladeiam e  se encontram ou se entrelaçam sobre suas cabeças. É uma natureza rica e preservada, e nela, flores locais, que o artista mantém ao vivo e também as apresenta em suas telas, como as pequenas flores cor-de-rosa, que crescem em cachos, e se chamam amor agarradinho.

          Esse Ateliê foi, na verdade, o primeiro lar do artista após se casar com Anita Bonadiman, e ali constituírem sua família. Com a vinda dos filhos, o casal construiu uma casa no quintal (sem destruir sua vegetação ou o pequeno lago, rodeado por árvores), e a antiga casa passou então a ser a realização do sonho de Kleber de ter seu Ateliê, fechando então a Galeria Atual, que funcionava na Prainha, parte da frente da residência de sua mãe, D. Esther de Sá Oliveira Galvêas, que foi na realidade a primeira pessoa a fazer Kleber se interessar pela pintura. Aluna de pintura da Irmã Tereza, Colégio do Carmo. Kleber e Anita mantém suas telas “naturezas mortas”, na sala de jantar, e no jardim da entrada do Ateliê há uma placa  em sua homenagem.

             Seu interesse e inclinação para a pintura levou-o a aprender a arte com Homero Massena, pintor impressionista, e vizinho, que recebeu do governo mineiro o Prêmio Viagem e, em 1912, foi para Paris onde frequentou a Academia Julien e conviveu e participou da vida artística de Paris.

             Curioso, inquisidor e empreendedor, Kleber, continuou seu caminho de pesquisa e estudo. Após formar-se em Economia e obter licenciatura em Ciências pela Ufes, viajou pela África e Europa, estudou medicina por um ano em Lisboa, e voltou-se novamente para a arte. Matriculou-se na Sociedade Nacional de Gravadores, e participou de uma exposição de gravura em metal ao final de um ano. Em Lisboa estudou também com o pintor tachista Peniche Galvêas. Pesquisador, o artista segue então para Londres onde participa com um grupo da restauração de uma casa em estilo Georgiano. Seu interesse pela restauração continua e ele a pratica tendo, como exemplo, A Partida de Araribóia, de Levino Fanzeres, e todo o acervo artístico da Assembléia Legislativa do ES e inúmeras telas de particulares. Esse trabalho pode ser visto em seu site WWW.galveas.com  Cronista e  escritor, ele é autor dos livro Identidade Capixaba, Demolindo a Identidade Capixaba e Homero Massena, para a coleção “Grandes Nomes do Espírito Santo”. Sua versatilidade, como vemos, abrange também diferentes estilos de pintura: impressionismo, expressionismo e abstracionismo. A forma em sua obra está sempre a serviço do conteúdo.

Sua arte já o levou a expor em Brasília, São Paulo, além de outros estados,várias cidades do ES e do exterior, como em Oregon, EUA, e Barbados, onde numa exposição de um dia, na nossa Embaixada, com o apoio do Clube de Colecionadores de Artes de Barbados –  de uma  exposição que abrangia paisagismo local e abstracionismo, vendeu quase todos os quadros, tendo os poucos restantes permanecido para venda em uma Galeria de Bridgetown.

                  Sua dedicação pelo meio ambiente fez dele um pioneiro nas lutas ecológicas no Estado (pela preservação de Jussará, Jacaranema, entre outras) e anualmente expõe quadros feitos com o pó de minério que coleta, durante 50 dias, em uma tela deixada ao ar livre em sua varanda.

                   Visitar o Ateliê Kleber Galvêas é vivenciar a natureza,  arte e cultura capixaba. É partilhar de sua rica experiência, pois o artista, dedicadamente nos recebe e nos leva a sentir o que vemos em suas telas e vivemos em nosso ambiente. Venha! A porta está sempre aberta, todos os dias, das 9 às 18 horas.

 

Nota do Kleber:

Paulo DePaula tem extenso currículo de atividades culturais e artísticas, aqui no Espírito Santo e no exterior. Fundou como Diretor do Centro de Estudos Brasileiros do Itamaraty, em Washington, EUA, uma galeria brasileira de arte naquela capital. Lá apresentou vários artistas nacionais, e em 1964 levou a pintora capixaba Nice para sua primeira exposição nos Estados Unidos. Como Adido Cultural da nossa Embaixada em Georgetown, Guiana, criou o primeiro Centro de Estudos Brasileiros no Caribe, e também uma Galeria para exposições de Arte. Hoje, aos 82 anos, aposentado pela Ufes, reside em Barra do Jucu próximo ao ateliê, que sempre visita.

 

 

UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO

Inquieto, pesquisador e empreendedor, artista consciente de sua atualidade e voltado a encontrar e abrir os olhos de outros, para artistas que,
a despeito de seu valor, passavam desconhecidos pelo público, Kleber Galvêas faz seu trabalho em Vila Velha na Galeria Atual e na Barra do Jucu, onde fica seu ateliê.
Preocupado com os problemas contemporâneos, é pioneiro das lutas ecológicas (Jussará, Jacaranema, Praia da Corta, Jabaité, Poluição atmosférica,
Rio Jucu) e na valorização das raízes musicais do Espírito Santo. Desde 1979 mantém aberta a Galeria Atual em atividade contínua com exposições de arte, artesanato, pesquisa, lançamento de livros, recitais de poesias, atividades musicais e teatrais.
Na política cultural é incansável defensor da autogestão popular com reformulação dos Conselhos de Cultura e das Secretarias de Cultura.
Pintor, é em seu ateliê que encontra espaço para exercitar seu talento entre telas e pincéis. Nem sempre tinta, há pouco tempo usou pó de minério de ferro.
A primeira exposição da qual participou foi o 1º Salão Nacional de Artes Plásticas do Espírito Santo, 1966. Já expôs em várias cidades do Brasil, EUA e Europa. Em Lisboa, 1967/68 estudou com Peniche Galveias, pintor abstrato tachista e na Sociedade Nacional dos Gravadores Portugueses. Em Londres, como estudante, participou da restauração de uma casa Georgiana, Talbot Settlement, séc. XVIII. De volta montou em 1986, com parceria da Chocolates Garoto, Fundação Jonice Tristão, Banestes e PMVV, o 1º Museu de Artes Plásticas do Espírito Santo. Desde a adolescência Kleber frquentava o ateliê de Homero Massena que foi seu grande mestre e incentivador. Juntos fizeram uma exposição no Torium Hotel de Guarapari e em A Gazeta, 18/09/66,
Massena disse a seu respeito: “Kleber é verdadeira revelação na Arte Contemporânea”.

Paulo DePaula, Diretor de Espetáculos/ Ufes. Catálogo CONSULTIME, 16/10/2010


Paulo de Paula - Revista Momento Espírito Santo, 2015.


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